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Desenvolvido por SD TecnologiaSeja ao redigir uma sessão clínica ou na construção de um trabalho
conceitual, escrever em Psicanálise é compor, sob os efeitos da transferência,
uma demanda de amor. Característica que deixa marcas e traz implicações a um
tipo particular de texto, no qual detalhes são fundamentais e significados
nunca se equivalem a definições pré-concebidas. Estes encontros pretendem
abordar noções gerais sobre a “escrita da escuta” em Psicanálise, bem como
auxiliar na “semeadura e cultivo” de um texto.
OBJETIVOS
Investigar o traço de caráter das exceções, por meio da escrita da
escuta clínica dos sofrimentos narcísico-identitários, tal como definidos por
René Roussillon – casos de não-neurose em que estão ameaçados o próprio
sentimento de identidade, a capacidade de ser sujeito da própria vida,
das próprias emoções, sentimentos e decisões.
PROGRAMA
Em Alguns tipos de caráter encontrados na prática psicanalítica (1916),
Freud destaca determinadas “particularidades” que surgem com “insuspeitado
vigor” e que devem ser analisadas primeiramente, por estarem ligadas a
resistências capazes de comprometer a investigação analítica. O traço de caráter
das exceções é presente naqueles que afirmam possuir uma “injusta
desvantagem” merecedora de algum tipo privilegiado de reparação. Afirmam, de
modo rebelde, que “já sofreram demais e renunciaram o bastante, que têm direito
a serem poupados de outras requisições, que não se sujeitam mais a qualquer
necessidade desagradável, pois são exceções e pretendem continuar a
sê-lo” (Ibid.).
Condição presente em estados de não-neurose, da melancolia à perversão e, de passagem, na rebeldia dos alienados, se encontra um sujeito-paradoxo que, das marcas fantasmáticas emanam justificativas ad aeternum, e que se autonomeia um ser de exceção: alguém a quem a Lei simbólica deveria ser aplicada no modo “café-com-leite”.
1. O sujeito-paradoxo nos sofrimentos narcísico-identitários: Roussillon, leitor de Freud
2. A exceção do alienado (que o esforço me torne privilegiado)
3. A exceção na melancolia (que a ausência seja minha companheira)
4. A exceção em vínculos abusivos (que o mal seja o meu bem)
5. Exercício prático de escrita clínica
6. Leitura compartilhada
DIRIGIDO
a psicólogos, psiquiatras, psicanalistas, profissionais com prática clínica e
interessados nas relações entre a Literatura e a Psicanálise
HORÁRIO
sexta-feira | 18h30 às 21h
PREÇO
até o dia 08/04/24 | R$ 110,00
após o dia 08/04/24 | R$ 140,00